De volta... Na melodia da poesia... (até rimou! XD)

Bom. Estou desde segunda tentando postar, mas a única hora que me dá vontade mesmo é a tarde, quando estou no trabalho. Estava esperando porem internet aqui desde segunda, mas como isso definitivamente não vai acontecer, e quando eu chego em casa a sala está tão quente que quero me livrar logo do computador, tomei uma medida prática: vou escrever aqui no trabalho, salvar no pendrive e publicar quando chegar em casa. Simples. Fácil. Prático. Perfeito.

Pena que perdi muito da inspiração dos últimos dias. Hoje ainda não li praticamente nada, e ler me inspira muito, muito mesmo! Ando com vontade de ler poesia. Mais especificamente Vinícius de Morais. Queria ler de novo sua Antologia Poética, do qual li alguns poemas quando estava no ensino médio. Vou procurar em algum bric, ver se encontro, pois na biblioteca onde trabalho não tem. Encontrei a Antologia Poética de Carlos Drummond de Andrade. Alguns poemas são até legais, mas não se comparam à Vinícius. Andei relembrando também Manuel Bandeira: “Vou-me embora pra Paságarda/ Lá sou amigo do rei/ Lá tenho a mulher que eu quero/ na cama que escolherei” Postarei-o futuramente completo, é um poema beeem legal, gosto bastante. Aliás, acabei de pegar um livrinho pequeno de poesias de Manuel Bandeira, me parece muito bom, vou lê-lo em casa. Peguei também um livro chamado “Antologia Poética Nestlé”, com vááááááários autores, e pareceu bem interessante, alguns são poemas, outros são composições musicais (que não deixam de ser poesia). Há muito tempo, muito mesmo, não me interessava tanto por poesia, e estou amando!

Mas gosto mesmo é daquela poesia rimada, combinada, sonora, que parece que soa como música na cabeça da gente. É melodia, é um concerto mental, é simplesmente magnífico!
Não vou falar que voltei a trabalhar justo quando a faculdade entrou em férias, nem que eu detesto esse calor insuportável que está fazendo, já sonhei 2 vezes que era inverno, e acho q vou pirar de tanto calor! Bom, já falei. =P
Pra terminar, deixo uma parte de um poema de Drummond, que achei bem divertido. Na verdade, o poema todo é bem legal. Vou postar todo aqui:

O Amor Bate na Aorta

Cantiga de amor sem eira
nem beira,
vira o mundo de cabeça
para baixo,
suspende a saia das mulheres,
tira os óculos dos homens,
o amor, seja como for,
é o amor.

Meu bem, não chores,
hoje tem filme de Carlito.

O amor bate na porta
o amor bate na aorta,
fui abrir e me constipei.
Cardíaco e melancólico,
o amor ronca na horta
entre pés de laranjeira
entre uvas meio verdes
e desejos já maduros.

Entre uvas meio verdes,
meu amor, não te atormentes.
Certos ácidos adoçam
a boca murcha dos velhos
e quando os dentes não mordem
e quando os braços não prendem
o amor faz uma cócega
o amor desenha uma curva
propõe uma geometria.

Amor é bicho instruído.

Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que corre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.

Daqui estou vendo o amor
irritado, desapontado,
mas também vejo outras coisas:
vejo beijos que se beijam
ouço mãos que se conversam
e que viajam sem mapa.
Vejo muitas outras coisas
que não ouso compreender...

Até mais – e agora creio que postarei com frequência, estando de volta ao trabalho! Um beijo à todos que pelo menos acessaram, apesar de não terem tido paciência pra ler tudo, e um beijo mega especial pra quem teve paciência e leu tudo de verdade. E um mega ultra super beijo pra que, além de ler, comentou! (sim, tem quem leia tudo e não fale nada, ou comente por Orkut – sim, é tu mesma, Mary! =P) XD